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Sobre as certezas (tão frágeis)

Acordamos todos os dias com a certeza que vamos acordar! ...e acordamos e respiramos e mal sentimos - tudo isso que fazemos já sem pensar e automaticamente.
E o tempo passa e as horas passam e temos aquela sensação de automatismo que já nem sei como fiz o caminho de casa trabalho e vice versa. E assim é com os nossos humanos que nos rodeiam e nos aquecem a alma e o coração! Pois ... e já é tão automático que tenho dúvidas se sei de cor a cor dos olhos, o sentimento do olhar ou as rugas que foram aparecendo e eu nem reparei e fechei o olhar já muito atrás e já nem me lembro.
E pode ser tarde, pode ser demasiado tarde quando queremos olhar e já não está lá e queria ter decorado cada traço, preenchido o sorriso, guardado no coração, para que fique para sempre aqui ao meu lado.
Mas não o fiz, passei demasiado rápido e superficialmente pelas pessoas, pelo almoço que partilhamos, pelos cafés que bebemos, pelos copos à noite, pelo "olá tudo bem?", pelos Natais, pelo abraço rápido, pelo beijo de rotina, pelo toque de mãe, de pai, pela conversa do irmão ao longe, do amigo distante... Passamos de forma superficial e não olhamos, não vemos, não estamos realmente ali, no momento e na hora.
Falta-nos viver o aqui, agora, com os outros. Ver para além do que é perceptível.
Perguntar com vontade e genuinamente, ter interesse na resposta, dar respostas, estar simplesmente ali para o momento.
Notar cada sentimento não verbal, ouvir sem estar ao lado, ir atrás quando está difícil de encontrar.

|Susto, foi só um susto|



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